Anytta é filha única de mãe brasileira e pai francês. E, aos
dezoito anos, sentiu seu mundo desmoronar ao receber a fatídica notícia de que
seus pais haviam sido surpreendidos em um trágico acidente de carro. Nesse
instante ela vê sua vida ser transformada, seus sonhos viram pesadelos e o
desespero toma conta dela, em uma manhã de verão francês, em Nice. A senhorita
Plessis é lançada à escuridão. A alegria pela vida lhe é arrancada com precisão
cirúrgica deixando sequelas e traumas psicológicos profundos, quase irreversíveis,
impressos em sua alma como uma enorme tatuagem. Um “abismo sombrio” e sem
“fundo” era o que ela via naquele momento de sua vida.
Um encontro inevitável estava sendo promovido pelo destino
entre ela e uma desconhecida. Em seu abismo interno, ela encontrava a outra “Anytta”,
que nela se escondia até aquele momento. É com essa Anytta das sombras
que ela terá que conviver e lutar a partir daquele encontro. Mas, com quais
forças? A senhorita Plessis, embarca numa longa viagem por seu mundo interno.
Seus “monstros” e “demônios”, que haviam sido alimentados pela pequena Anytta,
sem que ela mesma percebesse, começavam a se manifestar; confrontando-a a cada
dia; estivesse ela onde estivesse.
Mas, uma nova mulher, determinada, independente, empoderada e
destemida, também começava a ser moldada nesse processo para renascer das
trevas. O processo não será fácil para aquela menina meiga e carinhosa, que
havia passado sua vida inteira sendo protegida e amparada por seus pais.
Desapegar do passado aprendendo com os erros, confrontando-o e transformando o
velho no novo era só alguns dos primeiros obstáculos que ela encontraria na
França, no Rio de Janeiro e em suas viagens astrais. Era preciso reconhecer-se
na dualidade para realizar escolhas na vida que ela teria de refazer e caminhos
que teria de seguir.
A senhorita Plessis seguirá como Anytta das sombras ou a
Anytta da Luz renascerá? Quem vencerá essa batalha?
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